quarta-feira, 4 de março de 2009

O nascimento de um Ser!

Ele ainda não existia. Era apenas uma possibilidade. Imerso no mar do não-existente, o Ser usufruía a mais deliciosa inconsciência, o sono mais profundo, sem sonhos. Não havia sensações, sentimentos, desejos, nem mesmo pensamentos. Ele encontrava-se imerso na ignorância total.
Mas aquela tranqüilidade foi desfeita. Havia chegado a hora de retornar. De repente, o Ser se viu novamente existindo. Tinha um corpo. A leveza havia desaparecido. Tinha pensamentos, sensações, sentimentos... A tranqüilidade parecia também ter desaparecido...
Diante desta súbita mudança, questiona-se o Ser qual seria o sentido de tanta transformação. Por que não continuar imerso naquela paz oceânica? Por que se lançar mais uma vez nesta aventura de existir?
As dúvidas duravam algum tempo, às vezes torturam sua mente, mas não conseguiam afastar a certeza de que tudo isso deviria ter um propósito. E assim o Ser aplacava a sua angústia alimentando a crença de que um dia toda a verdade seria revelada, que a sua caminhada não seria em vão!