O ser humano forma a sua visão do mundo por meio das informações captadas pelos sentidos. Esta é uma afirmação clássica que, aparentemente, encerra uma verdade incontestável, pois demonstraria o óbvio: que a nossa visão do mundo é feita de forma objetiva, pelo que vemos, sentimos, cheiramos etc. Afirmação esta que afasta o sujeito de uma participação ativa na formação de sua visão do mundo.
Entretanto, tal ponto de vista tem o seu contraponto no fato de que os seres humanos muitas vezes são guiados pela suas crenças, sem que tais crenças correspondam efetivamente ao que acontece no mundo. Guiados pelo farol estreito de suas crenças, muitos somente tem olhos e ouvidos para aquilo que reafirma as suas crenças. São como cientistas buscando sempre o material que corrobore as suas teorias.
A capacidade de adotar crenças, apesar de nos colocar em algumas situações de conflito com o outro e com o mundo, nos torna sujeitos ativos na criação de nossa visão de mundo. Retira-nos do papel de passividade diante do mundo e de nós mesmos, pois acaba por nos conferir a capacidade de modificar a nossa visão do mundo, alterando as nossas crenças.
