terça-feira, 29 de abril de 2008

A Essência Imutável - III

Ela testemunha tudo, mas não sofre com os fatos. Ela vê tudo, mas não se perde com o que presencia. Ela nunca te deixa só. Permanece sempre contigo. Nos momentos mais sofridos, ela será o teu conforto, o teu ponto de apoio: a Essência Imutável do teu ser. Aquela parte que conhece a tua verdadeira natureza, que não se engana com as falsas promessas do mundo. Ela não precisa de subterfúgios para transcender, pois ela é a própria transcendência. Ela não precisa de substitutos do absoluto, pois ela é o Absoluto. Ela não necessita de veículos para o êxtase, pois ela é o Êxtase. Essa é a Essência Imutável que te acompanha em todos os momentos e que sabe antes de você conhecer!

terça-feira, 22 de abril de 2008

A Essência Imutável – II

A âncora do nosso ser não poderia estar fixada nos conceitos alheios, pois esses mudam como as nuvens no céu. São mutáveis e quase sempre parciais! A âncora do nosso ser não poderia se fixar em situações sociais, pois essas também se modificam a cada momento. Como se vê, a âncora do nosso ser não poderá estar no mundo exterior, pois nesse mundo tudo é transitório, efêmero... Se nos aportamos no mundo exterior poderemos ser levados para o fundo do mar do sofrimento, tão logo as situações exteriores se modifiquem. Assim, a âncora do nosso ser deverá se fixar na Essência Imutável. Naquela parte de nosso eu que se encontra além dos fatos, além das convenções sociais e dos modismos de época. Naquela parte que atravessa os tempos, que transcende o espaço. Naquela parte que não permaneceu perdida no passado, muito menos refugiada no futuro: na Essência Imutável que está presente neste exato momento em cada um de nós!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Essência Imutável!

Existe em cada um de nós uma Essência Imutável. Essência essa que está além dos acontecimentos. Não depende do que os outros acham. Independe da opinião que a própria pessoa tem sobre si e da sua posição socioeconômica.
Uma essência que transcende todo o sofrimento, que presencia tudo, mas que continua sendo a mesma Essência Imutável: a sua dignidade enquanto pessoa, o seu valor enquanto ser humano. Mesmo que a pessoa decida ou não reagir diante dos fatos da vida, impor ou não seu modo de ser, o seu valor enquanto pessoa independerá de tudo isso, se a âncora de seu ser for a Essência Imutável.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sentir não é pecado!

Parece meio óbvio, mas sentir não é pecado, pessoas boas também têm sentimentos ruins. O que diferencia pessoas boas de más talvez seja a tendência das más quase sempre agirem para o lado negativo e das boas tenderem para o positivo. Os sentimentos negativos devem ser sentidos, ouvindo-se o que eles dizem, entendidos e integrados. Ao sentir inveja não significa que a pessoa seja má, destrutiva. Talvez signifique apenas que o outro tem (ou aparenta ter) algo que ele (o invejoso) gostaria de ter ou que desconhece também possuir. Quem sabe a inveja não começasse a se diluir se lembrássemos que ninguém é responsável pelos nossos problemas, ninguém é culpado pelas nossas frustrações.
Talvez a culpa começasse a se dissolver se tivéssemos em mente que errar é humano, que todos estamos sujeitos a cometer erros. Isso não sem antes avaliarmos os motivos que nos levaram a cometer o erro, verificando se tal erro não poderia ser corrigido. Caso a correção do erro não fosse mais possível, restaria aceitar o fato e aprender a lição que a experiência trouxe, assumindo o compromisso de caminhar na direção do bem.

O ressentimento talvez iniciasse a ser dissolvido se reconhecemos que somos nós os responsáveis pelos nossos sentimentos. Ninguém tem o poder de nos causar essa ou aquela emoção negativa. Cabe a cada um de nós escolhermos se reagiremos ou não ao insulto ou à injúria, caso se faça necessário impor o nosso modo de ser. Depois de passada a situação seria bem melhor procurar dissolver a raiva, livrar-se do doloroso processo do ressentimento.

Para tanto, o caminho apontado desde os tempos bíblicos é o perdão. De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa perdão significa a remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto. Perdoar significa que o sujeito se absteve do suposto direito de punir o outro pelo ato considerado ofensivo, injurioso. Longe de implicar submissão, o perdão é um ato de extrema sabedoria, pois a mágoa está dentro do ofendido, corroendo o seu ser como um fel.

O suposto ofendido produz o seu próprio sofrimento, sempre lembrando da situação indesejada e alimentando a raiva, "re-sentindo", sentindo novamente. Sempre pondo lenha no caldeirão da raiva! Quem sabe a raiva não pudesse começar a se dissolver se a suposta vítima lembrasse que a situação injuriosa aconteceu no passado, não no presente. Lembrasse que ele não é um perfeito juiz dos atos alheios e deixasse que todo o lodo se esvaísse. Afinal, somos nós os únicos responsáveis pela sensação de bem-estar interno. Ninguém domina os nossos sentimentos. Nós somos os responsáveis pelos nossos sentimentos...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A parábola do Buscador!

Era uma vez um ser cujo nome era Buscador. Ainda em tenra idade Buscador foi enviado para um lugar desconhecido, sem nenhuma orientação. Sem ao menos um mapa que descrevesse o território onde iria residir.
Ao chegar neste lugar desconhecido, Buscador resolveu ouvir as orientações dos nativos daquele estranho lugar. Ouviu orientações de diversos seres, mas nada parecia fazer sentido. Alguns diziam que ele deveria buscar algo que lhe faltava numa grande construção que ficava no topo de uma montanha. Lá residiria a Verdade. Depois de atravessar o íngreme caminho em direção à estranha construção, o Buscador poderia encerrar rapidamente sua busca...
Ainda cheio de dúvidas, Buscador resolveu seguir diversos conselhos dos nativos. Subiu a montanha, acendeu fogueiras, fez sacrifícios, passou fome... Mas nada parecia completar aquele espaço vazio que o Buscador sentia dentro de si. Assim, a busca não poderia ser encerrada!
Ouviu de um outro nativo que o caminho que o levaria ao que tanto buscava seria o caminho das grandes realizações. Ainda cheio de dúvidas, Buscador seguiu o conselho. Realizou grandes feitos, construiu várias pontes, templos, conquistou territórios... Mas nada parecia ser suficiente para preencher aquele vazio que o Buscador sentia. Novos feitos, novas buscas foram empreendidas, durante longos anos.
Cansado de tanto buscar, um dia Buscador resolveu sentar e descansar. Era um belo dia de sol e uma brisa suave preenchia todo o campo verdejante. De repente, depois de prestar atenção apenas ao silêncio de sua mente por um bom tempo, de olhos fechados, Buscador sentiu que sua busca não fazia nenhum sentido, que por mais que buscasse nunca encontraria o que estava procurando, pois o que ele procurava somente poderia ser encontrado ao não procurar.
Sentindo-se feliz diante dessa lição, Buscador resolveu encerrar a Grande Busca: a busca por algo que não lhe faltava!

terça-feira, 15 de abril de 2008

A visão dualista do mundo.

A classificação dual – o mundo-lá-fora/eu aqui dentro – promove a divisão dualista entre as coisas e as pessoas. O feio e o bonito, o bom e o ruim, tudo ou nada, sucesso e fracasso. A adoção da visão dualista cria divisões e gera preconceitos. O que possui determinadas qualidades que são consideradas desejadas ou aceitas é considerado superior ao que não possui tais qualidades.
No discurso do "mundo-lá-fora/eu aqui dentro" o bem-estar do sujeito é quase um produto do meio. Os outros magoam, ferem e humilham. Exigem-se das pessoas comportamentos que se coadunem com os desejos do sujeito. Esquecendo-se que as pessoas agem segundo seus próprios interesses, que cada um é dono do seu destino.
A visão dualista do mundo (o mundo lá fora/eu aqui dentro) nos faz acreditar que não somos inteiros, que precisamos de algo que nos complete. Aí se insere a grande busca. A busca por algo que complete este vazio, por algo que nos dê a sensação de completude perdida.
Na infância muitos são levados a crer que precisam fazer algo para agradar as pessoas, que são possuidoras dessas e não daquelas qualidades. Instalada a sensação de vazio, de falta, de dívida o sujeito aliena parte de seu eu ao mundo, indo buscar no mundo exterior algo que prometa completá-lo. Esses “algos” são os objetos de status, o poder, o dinheiro etc...
A vida se torna um constante vazio, com um breve período de satisfação, para novamente retornar a grande busca: a busca por algo que não lhe falta!

Tudo era Luz!

"Eu lembro de uma energia boa, de estar completamente energizado, de me afastar da "sensação do eu" e de sentir que não havia fronteira entre o Eu e o Universo. Sentia uma alegria imensa pelo simples fato de existir. Era como se todo o véu tivesse sido removido, camada por camada tudo foi se desfazendo e a Verdade foi se mostrando e me enchendo de júbilo. Eu fiquei em êxtase, admirando a escuridão se desvanecer e a luz adentrar por toda a minha vida.
Eu era luz, tudo era luz.
Não existia tristeza, desejo ou sofrimento, tudo havia se tornado ínfimo diante daquela energia. Diante da Verdade, senti uma imensa alegria e comecei a ri. Ri de tudo: de nossa ignorância, de tudo ser tão simples.
Ri de alegria, de êxtase por, ao menos por alguns minutos, encontrar-me diante da Essência Imutável.
Meu corpo vibrava, cada célula do meu corpo vibrava.
Eu me sentia iluminado, não havia peso. Só havia êxtase, êxtase, êxtase. A Verdade parecia se mostrar em sua inteireza. Tudo parecia uma grande e divertida brincadeira. Um jogo de luz. Luz por todos os lados, luz em todas as direções. "Nós somos Luz, o Mundo é luz, tudo é luz".
A leveza e a alegria de viver pareciam me dominar e eu sentia vontade de agradecer: Obrigado, Obrigado, Obrigado! Diante de tanta beleza, lágrimas jorraram em meus olhos, ajoelhei-me e, mais uma vez, Agradeci, pois Nessa Noite Choveu LUZ!!!"

Estou na rede!

Este blog pretende veicular pequenos textos, de assuntos variados. Não tem a intenção de aprofundar nenhum assunto, nem se mostrar especialista em nada. São apenas impressões. Breves comentários! É isso!