terça-feira, 15 de abril de 2008

A visão dualista do mundo.

A classificação dual – o mundo-lá-fora/eu aqui dentro – promove a divisão dualista entre as coisas e as pessoas. O feio e o bonito, o bom e o ruim, tudo ou nada, sucesso e fracasso. A adoção da visão dualista cria divisões e gera preconceitos. O que possui determinadas qualidades que são consideradas desejadas ou aceitas é considerado superior ao que não possui tais qualidades.
No discurso do "mundo-lá-fora/eu aqui dentro" o bem-estar do sujeito é quase um produto do meio. Os outros magoam, ferem e humilham. Exigem-se das pessoas comportamentos que se coadunem com os desejos do sujeito. Esquecendo-se que as pessoas agem segundo seus próprios interesses, que cada um é dono do seu destino.
A visão dualista do mundo (o mundo lá fora/eu aqui dentro) nos faz acreditar que não somos inteiros, que precisamos de algo que nos complete. Aí se insere a grande busca. A busca por algo que complete este vazio, por algo que nos dê a sensação de completude perdida.
Na infância muitos são levados a crer que precisam fazer algo para agradar as pessoas, que são possuidoras dessas e não daquelas qualidades. Instalada a sensação de vazio, de falta, de dívida o sujeito aliena parte de seu eu ao mundo, indo buscar no mundo exterior algo que prometa completá-lo. Esses “algos” são os objetos de status, o poder, o dinheiro etc...
A vida se torna um constante vazio, com um breve período de satisfação, para novamente retornar a grande busca: a busca por algo que não lhe falta!

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