quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sentir não é pecado!

Parece meio óbvio, mas sentir não é pecado, pessoas boas também têm sentimentos ruins. O que diferencia pessoas boas de más talvez seja a tendência das más quase sempre agirem para o lado negativo e das boas tenderem para o positivo. Os sentimentos negativos devem ser sentidos, ouvindo-se o que eles dizem, entendidos e integrados. Ao sentir inveja não significa que a pessoa seja má, destrutiva. Talvez signifique apenas que o outro tem (ou aparenta ter) algo que ele (o invejoso) gostaria de ter ou que desconhece também possuir. Quem sabe a inveja não começasse a se diluir se lembrássemos que ninguém é responsável pelos nossos problemas, ninguém é culpado pelas nossas frustrações.
Talvez a culpa começasse a se dissolver se tivéssemos em mente que errar é humano, que todos estamos sujeitos a cometer erros. Isso não sem antes avaliarmos os motivos que nos levaram a cometer o erro, verificando se tal erro não poderia ser corrigido. Caso a correção do erro não fosse mais possível, restaria aceitar o fato e aprender a lição que a experiência trouxe, assumindo o compromisso de caminhar na direção do bem.

O ressentimento talvez iniciasse a ser dissolvido se reconhecemos que somos nós os responsáveis pelos nossos sentimentos. Ninguém tem o poder de nos causar essa ou aquela emoção negativa. Cabe a cada um de nós escolhermos se reagiremos ou não ao insulto ou à injúria, caso se faça necessário impor o nosso modo de ser. Depois de passada a situação seria bem melhor procurar dissolver a raiva, livrar-se do doloroso processo do ressentimento.

Para tanto, o caminho apontado desde os tempos bíblicos é o perdão. De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa perdão significa a remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto. Perdoar significa que o sujeito se absteve do suposto direito de punir o outro pelo ato considerado ofensivo, injurioso. Longe de implicar submissão, o perdão é um ato de extrema sabedoria, pois a mágoa está dentro do ofendido, corroendo o seu ser como um fel.

O suposto ofendido produz o seu próprio sofrimento, sempre lembrando da situação indesejada e alimentando a raiva, "re-sentindo", sentindo novamente. Sempre pondo lenha no caldeirão da raiva! Quem sabe a raiva não pudesse começar a se dissolver se a suposta vítima lembrasse que a situação injuriosa aconteceu no passado, não no presente. Lembrasse que ele não é um perfeito juiz dos atos alheios e deixasse que todo o lodo se esvaísse. Afinal, somos nós os únicos responsáveis pela sensação de bem-estar interno. Ninguém domina os nossos sentimentos. Nós somos os responsáveis pelos nossos sentimentos...

4 comentários:

Alê Marcuzzi disse...

Bom começo anônimo! Continue escrevendo, questionando, filosofando, movimentando, acho que esse é o grande prazer que de escrever em um blog: compartilhar um pouquinho da gente com o mundo, de forma autêntica, sincera e com boa motivação.

Girassol

Erasmo Lopes disse...

Obrigado! É essa a minha intenção!

Ceiça disse...

Oi Erasmo,

Que bom te ver escrevendo. Fico feliz por você! Não vou fazer nenhum comentário específico, pois estou fazendo um teste e não sei se conseguirei enviar este comentário.
Um grande beijo,
Conceição

Erasmo Lopes disse...

Conceição, você acertou de primeira! Parábens! É brincadeira! Você se tornou a mais nova blogueira. Agora é só publicar seus escritos.