terça-feira, 27 de maio de 2008

Uma gota d'água que se afastou do oceano!

Preconizam os ensinamentos da filosofia perene que o ser humano é como uma gota d’água que se afastou do oceano e se esqueceu de sua verdadeira natureza. Uma gota d’água que se olvidou que também faz parte do oceano, pois apesar de aparentemente separada continua possuindo a mesma natureza do oceano. Continua sendo parte do oceano, muito embora tenha se esquecido.
Uma gota d’água que se esqueceu que era oceano, mas que guarda em si uma leve lembrança de sua origem. Nesses momentos, a "gota d’água" relembra de sua natureza oceânica, desejando, muitas vezes, voltar a ser oceano.
Quem sabe a "gota d’água" não foi "separada" do oceano para tão-somente descobrir que é oceano?!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Felicidade!

Muitos de nós acreditamos que a felicidade é uma meta a ser alcançada. Que depois de realizarmos todos os nossos desejos chegaremos lá: naquela situação meio indefinida, longínqua, chamada felicidade. Naquele momento lá no futuro! Naquele tempo e espaço onde nossos desejos serão realizados! Quando então seremos felizes!
E assim se inicia a grande busca. A busca incessante, sem descanso, pelo paraíso na Terra. Desejos são satisfeitos. Novos desejos surgem, sem que se chegue a este momento tão esperado. Outros objetos são postos a nossa frente numa busca incansável pela isca que nos leve enfim a sermos eternamente felizes.
Essa busca sem rumo pela felicidade parece ser motivada pela sensação de vazio interno. Os objetos são colocados em nossa frente com uma promessa de felicidade. Mas depois de alcançados, depois de passado o momento de breve satisfação que esses objetos supostamente suscitam (onde está o prazer: no objeto ou dentro de você?), a tão prometida felicidade não vem.

Essa busca parece que só cessará quando nos conscientizarmos de que não nos falta nada. Não nascemos com um espaço vazio dentro de nós que precisa ser preenchido por meio de ações ou de objetos. Somos seres inteiros, completos, cujas ações são motivadas tendo em mira a auto-realização. Mas que se permitem sentir momentos de prazer durante a caminhada, sem, no entanto, cultivar o auto-engano de que um dia lá no futuro todos os nossos desejos serão realizados. Afinal, a vida se vive no presente!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Parábolas de um Buscador - diálogo com seres diversos!

Em sua caminhada Buscador deparou-se com seres de todos os tipos. Mas um tipo de ser chamou a atenção de Buscador. Eles acreditavam que não tinham luz. Acreditavam que tinham nascido sem a centelha que dava a sensação de vivacidade aos demais seres.
Esses seres corriam pelo estranho país em busca daqueles que consideravam iluminados. Tentavam a todo custo "roubar" a luz deles, usando de todos os artifícios, tentando impor a crença de que eles também não mais possuiriam luz.
Buscador observou por um bom tempo esses seres: seriam eles despossuídos da centelha da vivacidade?
Um dia um desses seres se aproximou de Buscador e questionou-lhe:
- Nós sempre conseguimos roubar a luz dos outros e convencê-los de que eles não mais possuem luz. Que eles se tornaram um de nós. Mas você parece diferente, não conseguimos te convencer! Por quê?
Surpreso por ser interpelado dessa forma, Buscador respondeu:
- Durante um bom tempo tenho observado o comportamento de vocês. Não estou aqui para fazer julgamentos, mas não considero certo “roubar” a luz de outras pessoas! Tentar a todo custo convencê-las a se juntar a vocês - respondeu Buscador.
- Mas porque depois de tudo o que fizemos com você a sua luz não se apagou?
Buscador respondeu depois de um breve sorriso:
- Porque a luz que vocês tanto procuram está dentro de cada um de vocês. Todos temos dentro de nós uma centelha, uma chama de vivacidade. O que desvanece essa chama em vocês é a crença de que não seriam possuidores dessa chama interna. Mas ela nunca se apagou e continua aquecendo o interior, mas você e todos os seus não conseguem senti-la porque se desconectaram da chama, da centelha.
- Ora, Buscador! Nós não somos iguais aos outros seres! Nós não temos a centelha interna!
- Vocês são iguais a todos os outros seres, apenas acreditam, por diversos motivos, que sua luz se apagou e que necessitam possuir a luz dos outros!
Diante do ar de incredulidade do referido Ser, mirando seus olhos questionadores, Buscador finalizou:
- Se vocês desejam mesmo ver a centelha interna brilhar devem procurá-la dentro de cada um de vocês e cultivá-la, para que ela nunca mais se desvaneça.
Ainda cheio de dúvidas, o Ser juntou suas forças para dizer:
- Muito obrigado!